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River Plate 2x3 Cruzeiro - 30/07/1976
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De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube
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==Resumo do Jogo== O terceiro jogo aconteceria 48 horas depois em Santiago do Chile. O Cruzeiro não teve Jairzinho, substituído por Ronaldo. O River perdera quase toda a defesa titular. Fillol já estava machucado. Roberto Perfumo, Daniela Passarella e Héctor López ficaram fora de ação. Na sexta-feira, 30jul76, o Estádio Nacional recebeu mais de 40 mil torcedores, a maioria favorável ao Cruzeiro. Os jogadores entraram em campo carregando uma bandeira chilena e com ela saudaram o público no meio de campo. Depois, posaram para fotos. O jogo foi uma guerra. Os argentinos usando todo o seu repertório de catimbas, apelando pra entradas duras, mas também com chegadas de categoria. O Cruzeiro, sentindo falta de Jairzinho, jogando na base do toque de bola e das jogadas individuais de Joãozinho. Logo de cara, Nelinho, chutando de curva, e Joãozinho concluindo na rede pelo lado de fora, assustaram os argentinos. Aos 23, Joãozinho roubou uma bola no ataque, Vanderlei jogou na área e Urquiza cortou com a mão. O juiz marcou pênalti e foi cercado pelos argentinos. Aos 24, Nelinho deslocou Landaburu e abriu o placar. O River respondeu com dois ataques perigosos. No primeiro, Alonso apareceu livre na entrada da área, escorregou e o chute não saiu forte. No segundo, Raul fez milagre pra defender um chute de Oscar Más. O segundo gol nasceu de uma roubada de bola de Eduardo no meio de campo, seguido de um lançamento para Palhinha, que tentou encobrir Landaburu. O goleiro saiu da área, e defendeu. Zé Carlos recuperou a bola, tabelou com Ronaldo, que driblou um marcador na entrada da área e rolou para um chute violento de Eduardo, que acertou o ângulo direito estabelecendo 2×0. Dois minutos depois, Pedro Gonzalez levantou na área, Luque caiu e o juiz marcou pênalti. Oscar Más converteu aos 13 e foi substituído logo depois. Os jogadores celestes cercaram o juiz e catimbaram e a cobrança. O jogo ficou intenso, com jogadas violentas dos dois aldos. Aos 16, o juiz marcou falta de Vanderlei. Enquanto os cruzeirenses reclamavam, o Alonso bateu rápido e Urquiza chutou cruzado. Raul nem foi na bola. Os jogadores celestes foram pra cima do juiz e do bandeira. Repórteres, fotógrafos, policiais, invadiram a cancha. Com o empate, renasciam velhos fantasmas. Será que o Cruzeiro perderia outra decisão? Aos 42, Vanderlei roubou uma bola no meio e passou para Palhinha, que se livrou de um marcador, driblou Lonardi e recebeu um pontapé. Falta quase na meia-lua. Oito jogadores do River formam a barreira. Piazza quer rolar a bola rapidamente pra Palhinha chutar pegando os argentinos de surpresa. Nelinho pisa no pé do Capitão pra impedir que ele fizesse a cobrança rápida. Enquanto os dois discutem, Joãozinho, que estava à espreita, bate de curva no ângulo direito de Landaburu, que nem esboça reação. Golaço. Joãozinho saí correndo feito um louco pela pista de atletismo. Explode uma briga. Alonso e Ronaldo são expulsos. Fim de jogo. O Cruzeiro é campeão da Libertadores! Piazza ergue a taça em meio a fotógrafos e bicões. Ele conta: “Se houvesse prorrogação, eu não teria dado conta. No intervalo, a dor no púbis estava insuportável e eu pedi pra pedi pra tomar infiltração, mas, no fim da partida, o efeito da anestesia já estava acabando…” Faltava um ato. Após ergueram a taça, os jogadores se ajoelham em círculo e rezaram em memória de Roberto Batata. Emocionante! Na Revista do Cruzeiro, edição de 26nov96, Osvaldo Faria, Chefe da Equipe de Esportes da Rádio Itatiaia contou um pouco do que viu na decisão: "Cenas que eu nunca esqueço – Trinta de julho de 1976. Três dias antes, a gente estava em Buenos Aires para a segunda partida Cruzeiro e River. Deu River. Foi necessário o terceiro jogo. Na manhã seguinte, todo mundo amanheceu na porta da Varig, na Avenida Colón. Havia poucos lugares no vôo Buenos Aires Santiago porque a decisão tinha ido para a capital dos chilenos. Começava ali a pressão psicológica. A delegação estava com o coração preso. Poucos dias antes, morrera um dos nossos. O Cruzeiro tinha jogado em Lima. Venceu. Depois do jogo, todo mundo teve que se deitar no ônibus porque chovia pedra de todo lado. E naquele drama, surge a alegria do Roberto Batata, zombando de quem se deitava. Na volta, após uma viagem cansativa, ele pegou o carro e se mandou para Três Corações. Não chegou lá. Bateu o carro na estrada e morreu. Todos nós que tínhamos viajado juntos, ficamos traumatizados. Ganhar a Libertadores era uma questão de honra. Todo mundo queria dedicar o título à memória do Batata. Na terceira partida, em Santiago, o Cruzeiro fez 2×0. O River empatou. E Joãozinho fez aquele incrível terceiro gol, já nos descontos. O gol da “molecagem” como foi chamado na época. Mas outro homem foi quase o responsável pelo título. Ninguém se lembra dele. Estava no banco. Nem era jogador. Três a dois, os argentinos em cima. No último minuto, no último ataque, o juiz deu uma falta em cima da risca da área. Contra o Cruzeiro. Era quase um pênalti. Foi ali que apareceu o anjo salvador. O preparador físico Lacerda invadiu o campo correndo, pegou a bola, deu um bico nela para as arquibancadas. Os argentinos saíram correndo atrás dele. O pau quebrou. O jogo ficou parado. Acabou a pressão do River. Não saiu o gol do empate. O Cruzeiro se reuniu no campo e rezou pela alma do Roberto Batata. Cenas que eu nunca esqueço. Estão aqui. Como se estivessem acontecendo agora."
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