Real Madrid 2x0 Cruzeiro - 15/08/1976
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No estádio Riazor | |||
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Contra Real Madrid | |||
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Data: domingo, 15 de agosto de 1976
Local: La Coruña, Espanha
Estádio: Riazor
Árbitro: Sedor Correia
Assistente 1: Petronelli
Assistente 2: Ermida
Público pagante: Não disponível
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: Cr$ 2.600.000,00 R$ 2.600.000 <br />Cr$ 2.600.000 <br />NCr$ 2.600.000 <br />Cz$ 2.600.000 <br />NCz$ 2.600.000 <br />
Real Madrid
1. Miguel Ángel
2. Juan Cruz Sol
3. Goyo Benito 29 (2T) ( Francisco Javier Uría )
4. José Martínez Pirri 35' (2T) P
5. José Antonio Camacho
6. Vicente Del Bosque
7. Henning Jensen
8. Paul Breitner
9. Carlos Alonso Santillana
10. Manuel Velázquez
11. Carlos Guerini 47' (2T) P
Técnico: Miljan Miljanić
Resumo do Jogo[editar]
A final foi disputada no domingo e o time celeste não teve nem 24 horas para descansar antes de enfrentar o time madrileño. Para complicar a situação, o experiente Zezé Moreira não poderia contar com dois de seus principais jogadores: Nelinho e Palhinha. Os dois, contundidos na partida contra o PSV, não disputariam a final.
Aquele time era uma máquina de jogar futebol e, liderados pelo "Furacão" Jairzinho e pelo "Bailarino" Joãozinho, fizeram a partida começar com domínio sobre o adversário local. A academia jogava no 4-4-2 quando se defendia, com Jairzinho recuando para o meio. Quando atacava, o "Furacão" mudava de posição e o time partia para um 4-3-3.
O Madrid estava acuado e sua torcida, que lotara o estádio, estava calada, e o time do Real Madrid restava apelar para as faltas duras e desleais.
Aos 14 minutos, Jairzinho invade a área, em velocidade, se livrando dos marcadores, o ponteiro solta uma bomba que passa raspando a trave. Aos 20 minutos, em cobrança magistral de falta, Joãozinho obrigou o goleiro Miguel Angel a fazer um milagre.
Foi então que, aos 29 minutos, totalmente dominado, o poderoso Madrid apelou e começou a contar com a ajuda do árbitro para ter o título. Jairzinho fez grande jogada, driblando seus marcadores, e lançou Joãozinho, o "Bailarino" invadiu a área e quando ia finalizar foi empurrado por trás por Breitner, o árbitro apita e os cruzeirenses comemoram a marcação do pênalti mas são surpreendidos quando o mesmo indica que a falta seria cobrada em dois lance dentro da área madrileña. Acabara de ser criada uma regra no futebol que so estaria em vigor somente naquele jogo e para aqueles lances que beneficiassem os cruzeirenses.
No final do primeiro tempo, Joãozinho recebeu mais uma falta violenta que chegou a rasgar sua camisa. O ponteiro levantou e revidou a agressão. O juiz não fez nada, e mesmo depois que vários diretores de ambos os times invadiram o campo e agressões de parte a parte, o árbitro, impassível, encerrou o primeiro tempo.
O segundo tempo começou com o meio de campo madrileno sendo totalmente dominado pela maestria do capitão Wilson Piazza que, com classe e excepcional qualidade de futebol, desarmava todos ataques espanhóis. Já pelo lado contrario a classe não era uma das virtudes daquele time. Joãozinho, era literalmente caçado por todo o campo com a conivência do soprador de latinha. O domínio era total e, aos 15 minutos, Jairzinho chutou forte e quase marcou. Logo depois, aos 20, Joãozinho recebeu outra falta criminosa do zagueiro Benito, que fez com que todos os jogadores celestes partissem para cima do português que conduzia o prélio. Nem falta o árbitro marcou e mandou o jogo recomeçar. Uma vergonha que um time da grandeza do Real Madrid precisasse de ajuda desta natureza para ganhar torneios, afinal foram tantos.
Foi então que, aos 28 minutos, veio o troco celeste, Jairzinho acertou um soco certeiro no zagueiro Benito e, desta vez, foram os jogadores do Madrid que pressionaram o árbitro e este respondeu que não tinha visto nada. Com o zagueiro espanhol sangrando, o auxiliar espanhol denunciou Jair e o árbitro expulsou-o, mostrando que a regra só valia naquela partida para punir o Cruzeiro.
Com dez jogadores, o Cruzeiro seguia mostrando sua raça e acuando ainda mais o Real, Joãozinho e Zé Carlos perderam boas chances. Então, aos 35 minutos da etapa final, veio o castigo que o time celeste não merecia. Santillana recebeu livre na área e quando ia concluir foi derrubado por Moraes e Ozires. Pênalti que Pirri cobrou e marcou, fazendo o time celeste sofrer com o ditado popular de quem não faz o gol acaba levando.
O Real recuou todo o time e apenas Santillana ficou no ataque, aquilo valia um título e um precioso troféu. Joãozinho, aos 40, ainda faria um carnaval sobre a defesa adversária mas, depois de driblar meio time, concluiu para fora.
Não era mesmo nosso dia. Se fosse, o árbitro não deixaria que saíssemos da Espanha com o troféu. Aos 47, Jansen sofre falta de Morais mais de um metro fora da área, o árbitro marcou a falta. Foi empurrado por jogadores do Real voltou atrás e assinalando outro pênalti. Guerini cobrou mesmo debaixo de uma chuva de protestos do time celeste e converteu para desespero dos heróicos cruzeirenses.
O time sairia batido em campo e com os jogadores entristecidos, afinal o melhor não tinha vencido graças a influência do árbitro. Mas a justiça divina fez com que aquele não fosse nunca lembrado pela torcida como o ano que o cruzeiro foi roubado pelo Real Madrid. Aquele ano estará, para sempre, em nossa história como o ano em que pelo primeira vez o Cruzeiro conquistou a América sendo campeão da Libertadores.
Curiosidades[editar]
- Jogo da descisão do Troféu Tereza Herrera.
- No preliminar, o PSV (HOL) e o Peñarol (URU) empataram por 1 a 1 e o PSV venceu a disputa de pênaltis por 4 a 3.
Fontes[editar]
- Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique - Caxias do Sul-RS: Editora Belas Letras Ltda., 2014. 405 p.