Categoria:Copa Libertadores da América 1976: mudanças entre as edições

De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube
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Edição das 06h23min de 1 de novembro de 2018


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A Copa Libertadores da América 1976 foi a 17ª edição oficial do principal torneio da América do Sul, realizado pela CONMEBOL. Esta foi a 3ª participação do Cruzeiro na Libertadores e o 1º título do time celeste.

Adversários

Fase de Grupos - Grupo 3
Semi-final - Grupo 1
Final

Geral

Mando de Campo Jogos Pts Aprov.
em pts
Vitórias
(aprov.)
Empates Derrotas Gols Feitos Gols Sofridos Saldo Gols
Geral 13 34 87,18% 11
(84,62%)
1 1 46 (méd:3,54) 17 (méd: 1,31) 29
Mandante 6 18 100,00% 6
(100,00%)
0 0 28 (méd:4,67) 9 (méd: 1,50) 19
Visitante 6 13 72,22% 4
(66,67%)
1 1 15 (méd:2,50) 6 (méd: 1,00) 9
Neutro 1 3 100,00% 1
(100,00%)
0 0 3 (méd:3,00) 2 (méd: 2,00) 1

Público e Renda

Total
Público pagante Público presente Renda Bruta Ingresso médio
253.913 (média: 42.319 ) 253.913 (média: 42.319 ) Cr$ 4.412.803,00 (média: Cr$ 17,38) Cr$ 17,38

História

Após o antológico 5×4 sobre o Inter, o Cruzeiro viajou ao Paraguai para enfrentar o Deportivo Luqueño e o Olímpia, respectivamente, vice e campeão paraguaio de 1975. O Luqueño vencera o clássico local por 3×2. Portanto, o jogo do domingo, 14mar76, seria o confronto dos vencedores da 1ª rodada. O jogo: 14/03/1976 - Sportivo Luqueño 1 x 3 Cruzeiro

No mesmo dia, o Inter suou pra bater o Olímpia por 1×0 em Porto Alegre. Com duas derrotas em dois jogos, os paraguaios teriam que vencer o Cruzeiro pra manter suas já diminutas chances de classificação.

Na quinta-feira, 18mar76, o Defensores Del Chaco recebeu 35.000 pagantes. Nas tribunas, estava Osvaldo Brandão, técnico da Seleção Brasileira, que no inicio de abril jogaria contra o Paraguai no mesmo estádio, com as presenças de Palhinha, Nelinho e Joãozinho. A festa foi geral quando o Olímpia terminou o 1º tempo com o placar favorável de 2×0.

Esse resultado deveu-se mais a má atuação do Cruzeiro do que propriamente por méritos do time local. Piazza e Nelinho, que falhou nos dois gols, jogavam mal. Joãozinho estava apagado. Palhinha novamente fazia falta.

Como no jogo anterior, o Cruzeiro voltou melhor no 2º tempo. Aos 5, Jairzinho fez um golaço. Recebeu na área, matou no peito, com um toque se livrou de três marcadores e bateu para o gol. Aos 23, Roberto Batata foi expulso e, por pouco, a reação não ficou comprometida.

Zezé fez a mesma substituição do jogo anterior, só que Nelinho, no meio, continuou mal. O que fez a diferença foi a raça, a aplicação tática e Jairzinho, que assumiu a tarefa de organizar as jogadas ofensivas.

Mesmo com dez, o Cruzeiro seguiu pressionando em busca do empate. O esforço foi recompensado com o empate aos 34, quando Darci Menezes escorou, de cabeça, um escanteio.

Este seria o único empate do Cruzeiro em toda a campanha. O time voltou do Paraguai com 3 pontos e a liderança do grupo, com 5 pontos. O Inter chegaria aos 4 depois de vencer o Luqueño por 3×0, em Porto Alegre, no domingo seguinte, 21mar76.

  • Cruzeiro 2×2 Olímpia, quinta-feira, 18mar76, 3ª rodada da 1ª fase da Libertadores 1976 – Público: 15.821 pagantes – Juiz: Angel Coerezza (Argentina) – Gols: Díaz, 36, e Torres, 45 do 1º tempo; Jairzinho, 5, Darci Menezes, 34 do 2º – Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei Lázaro; Wilson Piazza e Zé Carlos (Isidoro); Roberto Batata, Eduardo Amorim, Jairzinho e Joãozinho. Tec: Zezé Moreira / Olímpia: Ever Hugo Almeida, Eduardo Rivera, Alcides Sosa, Flamínio Sosa e Rufino León; Luiz Torres, Silvério Troche; Hugo Talavera, Isasi (Ramon Barrientos), Julio Díaz e Barreiros. Notas: 1. Ever Hugo Almeida, goleiro do Olímpia, é o recordista em participações na Libertadores, com 113 partidas em 16 edições entre 73 e 90. Nesse período, ganhou dois títulos, em 79 e 90. 2. O Olímpia participou de 35 edições da Libertadores, conquistando o título em 79, 90 e 02. Foi campeão paraguaio 38 vezes, mas desde 00 não conquista o título.

Mais de 33 mil torcedores compareceram ao Mineirão na noite de quarta-feira, 24mar76, para acompanhar Cruzeiro x Luqueño. Se jogando em casa os paraguaios já tinham sido batidos com certa facilidade, ninguém acreditava que pudessem surpreender em Beagá.

Amplamente superior, o Cruzeiro não teve dificuldade pra confirmar seu favoritismo. Palhinha abriu o placar aos 12, Eduardo aumentou aos 15 e Nicolichia diminuiu aos 23. No 2º tempo, Palhinha, aos 17, e Jairzinho, aos 27, sacramentaram a goleada.

  • Cruzeiro 4×1 Deportivo Luqueño, quarta-feira, 24mar76, 4ª rodada do Grupo 3 da 1ª fase da Libertadores 1976 – Público: 33.225 pagantes – Renda: Cr$415.434,00 – Juiz: Pedro Reyes (Peru) – Gols: Palhinha, 12, Eduardo, 15 e Nicolichia, 23 1º tempo; Palhinha, 17 e Jairzinho, 27 do 2º – Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Darci Menezes (Ozires) e Vanderlei Lázaro; Wilson Piazza e Zé Carlos (Eli Mendes); Eduardo Amorim, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho. Tec: Zezé Moreira / Deportivo Luqueño: Arce, Peralta, Fretes, Gilberto Fleitas e Rios; Sanabria e Haywood (Martinez); Ferreira (León), Francisco Rivera, Orlando Jimenez e Julio Cesar Nicolichia. Tec: Carlos Arce.

No domingo, 28mar76, Cruzeiro e Inter voltaram a se enfrentar, desta feita em Porto Alegre. Devido aos duelos anteriores, à qualidade técnica das equipes e ao caráter decisivo da partida, havia enorme expectativa e a TV transmitiu a partida para todo o país, algo raro na época.

O Cruzeiro somava 7 pontos e teria apenas mais um jogo a fazer além deste. O Inter tinha 4, e ainda enfrentaria os dois times paraguaios, fora de casa. Portanto, uma vitória celeste eliminaria os colorados, que precisavam vencer pra ficar em vantagem.

O clima no Beira-Rio, lotado por 80 mil torcedores, era de guerra. O Cruzeiro não se intimidou. No primeiro lance, Ozires lançou Joãozinho e Cláudio apareceu pra afastar o perigo. O Inter respondeu aos 3 minutos. Após falha de Morais, Ramon ficou livre pra avançar em direção ao gol, mas preferiu chutar de primeira e errou.

O Inter insistiu inutilmente no jogo aéreo diante da segura defesa celeste. Antes do jogo, temia-se pela atuação de Ozires, que fazia a sua primeira partida como titular. Mas ele não sentiu o peso e fez boa apresentação com o apoio de Piazza e Zé Carlos, que jogaram muito na proteção à defesa.

No ataque, Palhinha, Joãozinho e, principalmente, Jairzinho levavam pânico à defesa colorada. Aos 19 minutos, Jair recebeu passe de Palhinha na entrada da área, desvencilhou-se de três marcadores e bateu no canto direito de Manga, abrindo o placar.

Com a vantagem, o Cruzeiro se fechou ainda mais pra explorar os contra-ataques. E teve quase ampliou aos 30, depois de ótima trama do ataque, que obrigou Manga a sair com os pés pra cortar a bola. Na melhor chance colorada, aos 43, Escurinho cabeceou no ângulo. Raul esticou-se pra espalmar.

Logo aos 2 minutos do 2º tempo, Ramon acertou o travessão. Foi um lance isolado do ataque colorado. Sem Lula, que deixara o campo no final do 1º tempo com uma indisposição intestinal, o Inter insistia no jogo aéreo. Incomodava pouco e se expunha aos contra-ataques quando avançava.

Aos 27, Jair recebeu de Nelinho e lançou para Palhinha, que driblou Hermínio e chutou cruzado na saída de Manga. Do outro lado, Joãozinho surgiu como um foguete e arrematou com o gol vazio, silenciando o Beira Rio.

Jairzinho foi o nome do jogo. Fez um gol e a jogada de outro. Menos de três meses antes, ele chegara a Beagá desacreditado, mas suas grandes atuações provavam o acerto de Zezé Moreira, que insistira na sua contratação. Na volta de Porto Alegre, a torcida se rendeu ao oferecer recepção de ídolo ao tricampeão mundial, no Aeroporto da Pampulha.

A imprensa gaúcha rendeu-se ao melhor time do país:

Ivo Correia Pires, da Folha da Manhã: “Os onze jogadores do Cruzeiro jogaram mais e melhor do que os onze do Internacional.” Lauro Quadros, da Folha da Manhã: “Em síntese, o certo seria dizer assim: em 14 de dezembro, o Cruzeiro jogou melhor que o Internacional e o título brasileiro se viu justificado pela campanha colorada. Ontem, 28 de março, o Cruzeiro, campeão do Grupo 3, foi time de desempenho superior e campanha melhor. Qualquer reclamação seria improcedente.” Mário Moraes, do Zero Hora: “Não, não há desculpa. Nem nada. O juiz não roubou. Não houve fatores estranhos à partida. Não houve pênalti não marcado. Não houve nada disso. Só houve a incontestável superioridade de um time sobre outro. Venceu o melhor, indiscutivelmente.”

  • Cruzeiro 2×0 Internacional, domingo, 28mar76, 5ª rodada do Grupo 3 da 1ª fase da Libertadores 1976 – Público: 80.000 pagantes – Renda: Cr$1.614.600,00 – Juiz: Angel Coerezza (Argentina) – Gols: Jairzinho, 19 do 1º tempo; Joãozinho, 27 do 2º – Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Ozires e Vanderlei Lázaro; Wilson Piazza e Zé Carlos; Eduardo Amorim, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho. Tec: Zezé Moreira / Internacional: Manga, Cláudio Duarte, Elias Figueroa, Hermínio e Vacaria; Cláudio Caçapava e Paulo Roberto Falcão; Valdomiro, Escurinho, Ramon (Flávio Minuano) e Lula (Jair). Tec: Rubens Minelli.

Mais de 42 mil espectadores foram ao Mineirão no domingo, 04abr76, para comemorar a classificação. Antes da partida, os jogadores do Olímpia colocaram as faixas de tetracampeões mineiros nos cruzeirenses. Os paraguaios bem que tentaram estragar a festa. Talavera fez 1×0 aos 12 minutos, mas ficou nisso. Jairzinho empatou aos 27, escorando passe de Batata.

Aos 4 minutos do 2º tempo, Jair entrou na área e disparou um petardo fazendo 2×0. Nelinho marcou aos 12, cobrando pênalti. Aos 30, Palhinha foi lançado nas costas da zaga, cortou pra o meio, mas a bola correu um pouco e foi Eduardo quem a dominou para driblar o goleiro e chutar entre os zagueiros que tentavam a cobertura.

  • Cruzeiro 4×1 Olímpia, domingo, 04abr76, 6ª rodada do Grupo 3 da 1ª fase da Libertadores 1976 – Público: 42.189 pagantes – renda: Cr$563.807,00 – Juiz: Juan Fortunato (Uruguai) – Gols: Talavera, 12, Jairzinho, 27 do 1º tempo; Jairzinho, 4, Nelinho (p), 12 e Eduardo, 30 do 2º tempo. – Cruzeiro: Raul Plassmann, Nelinho, Morais, Ozires e Vanderlei Lázaro; Zé Carlos e Eduardo Amorim; Roberto Batata (Ronaldo), Palhinha, Jairzinho e Joãozinho. Tec: Zezé Moreira / Olímpia: Ever Hugo Almeida, Eduardo Rivera, Alcides Sosa (Espinosa), Flamínio Sosa e Perez; Luiz Torres, Silvério Troche (Aquino); Hugo Talavera, Isasi, Julio Díaz e Barreiros.

O Cruzeiro foi campeão do Grupo 3 com 5 vitórias e um empate, 20 gols marcados e 9 sofridos.

Fontes

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