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Boca Juniors 1x0 Cruzeiro - 06/09/1977
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De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube
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==Sobre o jogo== Como em 76, o adversário do Cruzeiro na final foi argentino. O Boca Juniors não era um time técnico como o do River Plate. Sem grandes craques, sua força residia, sobretudo, no jogo coletivo e na defesa. Jogava feio, tinha fama de retranqueiro, mas era eficiente. E também chegava a sua segunda decisão. Na primeira, catorze anos antes, fora batido pelo Santos de Pelé. Na fase de grupos, o Boca eliminou o River e os uruguaios Peñarol e Defensor com 4 vitórias e 2 empates, 5 gols a favor e nenhum sofrido. Na semifinal, passou pelo Libertad do Paraguai e Deportivo Cali da Colômbia, com duas vitórias e 2 empates, 4 gols a favor e 2 sofridos. O Cruzeiro, como campeão, entrou apenas na semifinal. Eliminou Internacional e Portuguesa da Venezuela, com 3 vitórias e 1 empate, 7 gols a favor e 1 sofrido. Se em 76 o ataque celeste fizera a diferença, em 77 o destaque era a defesa. Sob o comando de Iustrich, o Cruzeiro sofrera apenas 5 gols em 15 jogos. O meio de campo com Zé Carlos e Eduardo era firme. O problema era o ataque, que não engrenava. Elicarlos e Neca não empolgavam. Eli Mendes, efetivado na ponta-direita, era um batalhador, sem muita técnica. A força ofensiva se resumia aos lampejos de Joãozinho e chutes de Nelinho. Por conta dos calendários confusos da época, mais uma vez o Cruzeiro esperou um bom tempo pelas finais. O último jogo da semifinal foi disputado em 31jul77. A primeira partida da final aconteceria 35 dias depois. Nesse intervalo, o time fez três jogos pelo Campeonato Mineiro, incluindo um empate em 0×0 com o Atlético que garantiu o título do 2º turno, e dois amistosos, todos no Mineirão. Numa terça-feira, 06set77, 60.000 xeneizes lotaram La Bombonera e fizeram o tradicional espetáculo das torcidas argentinas. Cânticos ininterruptos, chuva de papel sobre o gramado, clima de pressão total. Contrariando sua vocação defensiva, o Boca começou pressionando. E definiu o jogo logo aos 4 minutos. Felman avançou pela esquerda, passou por Nelinho e, quase na linha de fundo, cruzou. Vanderlei e Veglio disputaram pelo alto, a bola passou por eles e sobrou para Mastrangelo, que bateu rasteiro para o meio da áre Morais tentou espanar, caiu sentado e, involuntariamente, ajeitou a bola para Veglio, que, esperto, tocou na saída de Raul. Boca, 1×0. Daí em diante o Boca controlou o jogo como quis. Alternou momentos de pressão com recuos estratégicos para chamar o Cruzeiro para seu campo. O ataque celeste, inofensivo, pouco incomodou. De acordo com Divino Fonseca, enviado especial de Placar, o Cruzeiro jogou muito mal: “Defesa confusa, onde só Raul se salvou; meio-campo perdido, limitado a alguns reflexos de Zé Carlos; ataque resumido a um só jogador, Joãozinho.” Para Neca, alguns jogadores tremeram com a pressão da torcida. Para Pancho Sá, experiente capitão do Boca, substituído devido a uma distensão, “ o Cruzeiro não jogou tão mal. O Boca é que fez uma partida excepcional”. Em reunião com os jogadores dois dias depois, já em BH, Yustrich disse que o time perdera o jogo no meio de campo. Eduardo Amorim contestou com veemência e culpou o esquema defensivo armado pelo treinador. Na volta, a delegação celeste passou por um tremendo susto. Depois de 20 minutos de vôo, uma pane no trem de pouso obrigou o Boeing da Aerolíneas Argetinas a retornar ao aeroporto de Ezeiza. Por mais de uma hora o avião ficou dando voltas sobre Buenos Aires para gastar combustível e tentar um pouso de barriga. Depois de quatro tentativas frustradas, o trem de pouso finalmente funcionou e a aterrissagem foi feita sem problemas.
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