Copa Libertadores da América 1976
A Copa Libertadores da América 1976 foi a 17ª edição oficial do principal torneio da América do Sul, realizado pela CONMEBOL. Esta foi a 3ª participação do Cruzeiro na Libertadores e o 1º título do time celeste.
História[editar]
Após o antológico 5×4 sobre o Inter, o Cruzeiro viajou ao Paraguai para enfrentar o Deportivo Luqueño e o Olímpia, respectivamente, vice e campeão paraguaio de 1975. O Luqueño vencera o clássico local por 3×2. Portanto, o jogo do domingo, 14mar76, seria o confronto dos vencedores da 1ª rodada. O jogo: 14/03/1976 - Sportivo Luqueño 1 x 3 Cruzeiro
No mesmo dia, o Inter suou pra bater o Olímpia por 1×0 em Porto Alegre. Com duas derrotas em dois jogos, os paraguaios teriam que vencer o Cruzeiro pra manter suas já diminutas chances de classificação.
Na quinta-feira, 18mar76, o Defensores Del Chaco recebeu 35.000 pagantes. Nas tribunas, estava Osvaldo Brandão, técnico da Seleção Brasileira, que no inicio de abril jogaria contra o Paraguai no mesmo estádio, com as presenças de Palhinha, Nelinho e Joãozinho. A festa foi geral quando o Olímpia terminou o 1º tempo com o placar favorável de 2×0.
Esse resultado deveu-se mais a má atuação do Cruzeiro do que propriamente por méritos do time local. Piazza e Nelinho, que falhou nos dois gols, jogavam mal. Joãozinho estava apagado. Palhinha novamente fazia falta.
Como no jogo anterior, o Cruzeiro voltou melhor no 2º tempo. Aos 5, Jairzinho fez um golaço. Recebeu na área, matou no peito, com um toque se livrou de três marcadores e bateu para o gol. Aos 23, Roberto Batata foi expulso e, por pouco, a reação não ficou comprometida.
Zezé fez a mesma substituição do jogo anterior, só que Nelinho, no meio, continuou mal. O que fez a diferença foi a raça, a aplicação tática e Jairzinho, que assumiu a tarefa de organizar as jogadas ofensivas.
Mesmo com dez, o Cruzeiro seguiu pressionando em busca do empate. O esforço foi recompensado com o empate aos 34, quando Darci Menezes escorou, de cabeça, um escanteio.
Este seria o único empate do Cruzeiro em toda a campanha. O time voltou do Paraguai com 3 pontos e a liderança do grupo, com 5 pontos. O Inter chegaria aos 4 depois de vencer o Luqueño por 3×0, em Porto Alegre, no domingo seguinte, 21mar76.
Mais de 33 mil torcedores compareceram ao Mineirão na noite de quarta-feira, 24mar76, para acompanhar Cruzeiro x Luqueño. Se jogando em casa os paraguaios já tinham sido batidos com certa facilidade, ninguém acreditava que pudessem surpreender em Beagá.
Amplamente superior, o Cruzeiro não teve dificuldade pra confirmar seu favoritismo. Palhinha abriu o placar aos 12, Eduardo aumentou aos 15 e Nicolichia diminuiu aos 23. No 2º tempo, Palhinha, aos 17, e Jairzinho, aos 27, sacramentaram a goleada.
No domingo, 28mar76, Cruzeiro e Inter voltaram a se enfrentar, desta feita em Porto Alegre. Devido aos duelos anteriores, à qualidade técnica das equipes e ao caráter decisivo da partida, havia enorme expectativa e a TV transmitiu a partida para todo o país, algo raro na época.
O Cruzeiro somava 7 pontos e teria apenas mais um jogo a fazer além deste. O Inter tinha 4, e ainda enfrentaria os dois times paraguaios, fora de casa. Portanto, uma vitória celeste eliminaria os colorados, que precisavam vencer pra ficar em vantagem.
O clima no Beira-Rio, lotado por 80 mil torcedores, era de guerra. O Cruzeiro não se intimidou. No primeiro lance, Ozires lançou Joãozinho e Cláudio apareceu pra afastar o perigo. O Inter respondeu aos 3 minutos. Após falha de Morais, Ramon ficou livre pra avançar em direção ao gol, mas preferiu chutar de primeira e errou.
O Inter insistiu inutilmente no jogo aéreo diante da segura defesa celeste. Antes do jogo, temia-se pela atuação de Ozires, que fazia a sua primeira partida como titular. Mas ele não sentiu o peso e fez boa apresentação com o apoio de Piazza e Zé Carlos, que jogaram muito na proteção à defesa.
No ataque, Palhinha, Joãozinho e, principalmente, Jairzinho levavam pânico à defesa colorada. Aos 19 minutos, Jair recebeu passe de Palhinha na entrada da área, desvencilhou-se de três marcadores e bateu no canto direito de Manga, abrindo o placar.
Com a vantagem, o Cruzeiro se fechou ainda mais pra explorar os contra-ataques. E teve quase ampliou aos 30, depois de ótima trama do ataque, que obrigou Manga a sair com os pés pra cortar a bola. Na melhor chance colorada, aos 43, Escurinho cabeceou no ângulo. Raul esticou-se pra espalmar.
Logo aos 2 minutos do 2º tempo, Ramon acertou o travessão. Foi um lance isolado do ataque colorado. Sem Lula, que deixara o campo no final do 1º tempo com uma indisposição intestinal, o Inter insistia no jogo aéreo. Incomodava pouco e se expunha aos contra-ataques quando avançava.
Aos 27, Jair recebeu de Nelinho e lançou para Palhinha, que driblou Hermínio e chutou cruzado na saída de Manga. Do outro lado, Joãozinho surgiu como um foguete e arrematou com o gol vazio, silenciando o Beira Rio.
Jairzinho foi o nome do jogo. Fez um gol e a jogada de outro. Menos de três meses antes, ele chegara a Beagá desacreditado, mas suas grandes atuações provavam o acerto de Zezé Moreira, que insistira na sua contratação. Na volta de Porto Alegre, a torcida se rendeu ao oferecer recepção de ídolo ao tricampeão mundial, no Aeroporto da Pampulha.
A imprensa gaúcha rendeu-se ao melhor time do país:
Ivo Correia Pires, da Folha da Manhã: “Os onze jogadores do Cruzeiro jogaram mais e melhor do que os onze do Internacional.” Lauro Quadros, da Folha da Manhã: “Em síntese, o certo seria dizer assim: em 14 de dezembro, o Cruzeiro jogou melhor que o Internacional e o título brasileiro se viu justificado pela campanha colorada. Ontem, 28 de março, o Cruzeiro, campeão do Grupo 3, foi time de desempenho superior e campanha melhor. Qualquer reclamação seria improcedente.” Mário Moraes, do Zero Hora: “Não, não há desculpa. Nem nada. O juiz não roubou. Não houve fatores estranhos à partida. Não houve pênalti não marcado. Não houve nada disso. Só houve a incontestável superioridade de um time sobre outro. Venceu o melhor, indiscutivelmente.”
Mais de 42 mil espectadores foram ao Mineirão no domingo, 04abr76, para comemorar a classificação. Antes da partida, os jogadores do Olímpia colocaram as faixas de tetracampeões mineiros nos cruzeirenses. Os paraguaios bem que tentaram estragar a festa. Talavera fez 1×0 aos 12 minutos, mas ficou nisso. Jairzinho empatou aos 27, escorando passe de Batata.
Aos 4 minutos do 2º tempo, Jair entrou na área e disparou um petardo fazendo 2×0. Nelinho marcou aos 12, cobrando pênalti. Aos 30, Palhinha foi lançado nas costas da zaga, cortou pra o meio, mas a bola correu um pouco e foi Eduardo quem a dominou para driblar o goleiro e chutar entre os zagueiros que tentavam a cobertura.
O Cruzeiro foi campeão do Grupo 3 com 5 vitórias e um empate, 20 gols marcados e 9 sofridos.
Jogadores Inscritos na Competição[editar]
Número | Jogador | Posição |
---|---|---|
1 | Raul Guilherme Plassmann | Goleiro |
2 | Ozires de Paiva | Zagueiro |
3 | José Francisco de Moraes | Zagueiro |
4 | Raimundo Isidoro da Silva | Zagueiro |
5 | Vanderlei Eustáquio de Oliveira (Palhinha) | Atacante |
6 | Vanderlei Lázaro | Lateral Esquerdo |
7 | Jair Ventura Filho (Jairzinho) | Atacante |
8 | José Carlos Bernardo (Zé Carlos) | Volante |
9 | Manoel Rezende de Mattos Cabral (Nelinho) | Lateral Direito |
10 | João Soares de Almeida Filho (Joãozinho) | Atacante |
11 | Eduardo Fernandes Amorim | Meia |
12 | Darci Menezes | Zagueiro |
13 | Wilson da Silva Piazza | Volante |
14 | Roberto Monteiro (Roberto Batata) | Atacante |
15 | Hélio Dias de Oliveira | Goleiro |
16 | Ronaldo Gonçalves Drummond (Ronaldo Drummond) | Atacante |
17 | Mariano Noé Schmitz | Lateral Direito |
18 | José Gabriel da Silva | Atacante |
19 | Roberto César Itacaramby | Atacante |
20 | Euriovaldo Teixeira (Waldo) | Meia |
21 | Eli Mendes | Meia |
22 | Dirceu Lopes Mendes | Meia |
23 | Vítor de Paula Oliveira Braga | Goleiro |
24 | Geraldo da Silva Souto (Geraldão) | Defensor |
25 | José Kléber Pereira Gouvêa (Kléber) | Atacante |
Adversários[editar]
|
|
|
Geral[editar]
Mando de Campo | Jogos | Vitórias (aprov.) |
Empates | Derrotas | Gols Feitos | Gols Sofridos | Saldo Gols |
Geral | 13 | 11 (84,62%) |
1 | 1 | 46 (méd:3,54) | 17 (méd: 1,31) | 29 |
Mandante | 6 | 6 (100,00%) |
0 | 0 | 28 (méd:4,67) | 9 (méd: 1,50) | 19 |
Visitante | 7 | 5 (71,43%) |
1 | 1 | 18 (méd:2,57) | 8 (méd: 1,14) | 10 |
Artilharia[editar]
- | - | Jogador |
|
---|---|---|---|
1º | Palhinha | 13 (0p 0f) | |
2º | Jairzinho | 12 (0p 0f) | |
3º | Joãozinho | 7 (0p 1f) | |
4º | Nelinho | 6 (4p 0f) | |
5º | Eduardo Amorim | 3 (0p 0f) | |
6º | Roberto Batata | 2 (0p 0f) | |
7º | Darci Menezes | 1 (0p 0f) | |
8º | Ronaldo Drummond | 1 (0p 0f) | |
9º | Waldo | 1 (0p 0f) |
Estatísticas[editar]
- | Nome | Jogos | Tit. | Res. |
| |||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1º | Raul Plassmann (GOL) | 13 | 13 | 0 | 0 | 0 | ||
2º | Nelinho (LAT) | 13 | 13 | 0 | 0 | 0 | ||
3º | Eduardo Amorim (MEI) | 13 | 13 | 0 | 0 | 0 | ||
4º | Moraes (ZAG) | 13 | 13 | 0 | 2 | 0 | ||
5º | Joãozinho (ATA) | 12 | 12 | 0 | 0 | 0 | ||
6º | Vanderlei (LAT) | 12 | 12 | 0 | 1 | 1 | ||
7º | Jairzinho (ATA) | 12 | 12 | 0 | 2 | 1 | ||
8º | Darci Menezes (ZAG) | 11 | 9 | 2 | 1 | 0 | ||
9º | Palhinha (ATA) | 11 | 11 | 0 | 1 | 1 | ||
10º | Zé Carlos (VOL) | 11 | 10 | 1 | 2 | 0 | ||
11º | Piazza (VOL) | 11 | 11 | 0 | 0 | 0 | ||
12º | Roberto Batata (ATA) | 6 | 6 | 0 | 1 | 1 | ||
13º | Isidoro (ZAG) | 6 | 0 | 6 | 0 | 0 | ||
14º | Ronaldo Drummond (ATA) | 6 | 2 | 4 | 1 | 1 | ||
15º | Ozires Paiva (ZAG) | 5 | 4 | 1 | 0 | 0 | ||
16º | Waldo (MEI) | 3 | 0 | 3 | 0 | 0 | ||
17º | Silva (ATA) | 2 | 1 | 1 | 0 | 0 | ||
18º | Eli Mendes (MEI) | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | ||
19º | Mariano (LAT) | 1 | 1 | 0 | 0 | 0 |
Técnicos[editar]
Foto | Nome | Jogos |
---|---|---|
Zezé Moreira | 13 |
Público e Renda[editar]
- Total
Público pagante | Público presente | Renda Bruta | Ingresso médio |
253.913 (média: 42.319 ) | 253.913 (média: 42.319 ) | Cr$ 4.412.803,00 (média: Cr$ 17,38) | Cr$ 17,38 |
Vídeos[editar]
Jogos[editar]
- Legenda
Vitória | Empate | Derrota |
Ver também[editar]
Fontes[editar]
- Antigo Blog Páginas Heróicas Digitais