Boca Juniors 1x0 Cruzeiro - 06/09/1977

De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube
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Confrontos
(clique no jogo para navegar)
Por temporada
Escudo Cruzeiro BH.png 2x1 Escudo Goiás 2000.png Gol aos do Escudo Cruzeiro BH.png 1x0 Escudo Boca Juniors.png
Por Copa Libertadores da América
Escudo Cruzeiro BH.png 2x1 Escudo Portuguesa-VEN.png Gol aos do Escudo Cruzeiro BH.png 1x0 Escudo Boca Juniors.png
No estádio La Bombonera
← Primeira ficha Gol aos do Escudo Boca Juniors.png 1x2 Escudo Cruzeiro BH.png
Contra Boca Juniors
Escudo Cruzeiro BH.png 3x2 Escudo Boca Juniors.png Gol aos do Escudo Cruzeiro BH.png 1x0 Escudo Boca Juniors.png

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Escudo Boca Juniors.png
1 × 0
Escudo Cruzeiro BH.png

1ª partida da Final da Libertadores 1977

Placar
Boca Juniors 1-0 Cruzeiro
Súmula/Borderô não disponível

Informações

Data: terça-feira, 6 de setembro de 1977
Local: Buenos Aires, ARG
Estádio: La Bombonera

Árbitro: Roque Cerullo
Assistente 1:
Assistente 2:


Público e Renda

Público pagante: 60.000
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: ARS $ 106.053.000,00 R$ 106.053.000 <br />Cr$ 106.053.000 <br />NCr$ 106.053.000 <br />Cz$ 106.053.000 <br />NCz$ 106.053.000 <br /> (preço médio: ARS $ 1.767,55 )


Escalações

Boca Juniors
  1. Hugo Gatti
  2. Vicente Pernía
  3. Francisco "Pancho" Sá Substituição realizada 14 (2T) de jogo 14 (2T) ( José Luis Tesare )
  4. Roberto Mouzo
  5. Alberto Tarantini
  6. Rubén Suñé
  7. Mario Zanabria
  8. Ernesto Mastrángelo
  9. Carlos Veglio Gol aos 4 do  (2T) 4'  (2T) Cartão amarelo recebido aos
10. Daniel Pavón Substituição realizada 18 (2T) de jogo 18 (2T) ( Héctor Bernabitti )
11. Darío Felman
Técnico: Juan Carlos Lorenzo

Cruzeiro
  1. (T) Raul
  2. (T) Nelinho
  3. (T) Moraes
  4. (T) Darci Menezes
  5. (T) Vanderlei
  6. (T) Zé Carlos
  7. (T) Eduardo AmorimSimbolo jogador base.png
  8. (T) Eli Mendes
  9. (T) Eli Carlos
10. (T) Neca Cartão amarelo recebido aos  (1)
11. (T) JoãozinhoSimbolo jogador base.png
Técnico: Icone-Treinador.png Yustrich


Reservas que não entraram na partida

Notas:

  • 1. O Boca foi campeão metropolitano e nacional em 1976 e bicampeão da Libertadores em 77/78. Conquistou o Mundial Interclubes de 77 vencendo o Borussia Monchenglabdach.
  • 2. Pancho Sá foi tetracampeão da Libertadores pelo Independiente em 72/75 e bi pelo Boca. Ganhou dois Mundiais, em 73 e 77 e disputou a Copa de 74.
  • 3. Tarantini foi titular da Seleção Argentina campeã mundial em 78.

Sobre o jogo

Como em 76, o adversário do Cruzeiro na final foi argentino. O Boca Juniors não era um time técnico como o do River Plate. Sem grandes craques, sua força residia, sobretudo, no jogo coletivo e na defesa. Jogava feio, tinha fama de retranqueiro, mas era eficiente. E também chegava a sua segunda decisão. Na primeira, catorze anos antes, fora batido pelo Santos de Pelé.

Na fase de grupos, o Boca eliminou o River e os uruguaios Peñarol e Defensor com 4 vitórias e 2 empates, 5 gols a favor e nenhum sofrido. Na semifinal, passou pelo Libertad do Paraguai e Deportivo Cali da Colômbia, com duas vitórias e 2 empates, 4 gols a favor e 2 sofridos. O Cruzeiro, como campeão, entrou apenas na semifinal. Eliminou Internacional e Portuguesa da Venezuela, com 3 vitórias e 1 empate, 7 gols a favor e 1 sofrido.


Se em 76 o ataque celeste fizera a diferença, em 77 o destaque era a defesa. Sob o comando de Iustrich, o Cruzeiro sofrera apenas 5 gols em 15 jogos. O meio de campo com Zé Carlos e Eduardo era firme. O problema era o ataque, que não engrenava. Elicarlos e Neca não empolgavam. Eli Mendes, efetivado na ponta-direita, era um batalhador, sem muita técnica. A força ofensiva se resumia aos lampejos de Joãozinho e chutes de Nelinho.

Por conta dos calendários confusos da época, mais uma vez o Cruzeiro esperou um bom tempo pelas finais. O último jogo da semifinal foi disputado em 31jul77. A primeira partida da final aconteceria 35 dias depois.

Nesse intervalo, o time fez três jogos pelo Campeonato Mineiro, incluindo um empate em 0×0 com o Atlético que garantiu o título do 2º turno, e dois amistosos, todos no Mineirão.

Numa terça-feira, 06set77, 60.000 xeneizes lotaram La Bombonera e fizeram o tradicional espetáculo das torcidas argentinas. Cânticos ininterruptos, chuva de papel sobre o gramado, clima de pressão total.

Contrariando sua vocação defensiva, o Boca começou pressionando. E definiu o jogo logo aos 4 minutos. Felman avançou pela esquerda, passou por Nelinho e, quase na linha de fundo, cruzou. Vanderlei e Veglio disputaram pelo alto, a bola passou por eles e sobrou para Mastrangelo, que bateu rasteiro para o meio da áre Morais tentou espanar, caiu sentado e, involuntariamente, ajeitou a bola para Veglio, que, esperto, tocou na saída de Raul. Boca, 1×0.

Daí em diante o Boca controlou o jogo como quis. Alternou momentos de pressão com recuos estratégicos para chamar o Cruzeiro para seu campo. O ataque celeste, inofensivo, pouco incomodou.

De acordo com Divino Fonseca, enviado especial de Placar, o Cruzeiro jogou muito mal: “Defesa confusa, onde só Raul se salvou; meio-campo perdido, limitado a alguns reflexos de Zé Carlos; ataque resumido a um só jogador, Joãozinho.”

Para Neca, alguns jogadores tremeram com a pressão da torcida. Para Pancho Sá, experiente capitão do Boca, substituído devido a uma distensão, “ o Cruzeiro não jogou tão mal. O Boca é que fez uma partida excepcional”.

Em reunião com os jogadores dois dias depois, já em BH, Yustrich disse que o time perdera o jogo no meio de campo. Eduardo Amorim contestou com veemência e culpou o esquema defensivo armado pelo treinador.

Na volta, a delegação celeste passou por um tremendo susto. Depois de 20 minutos de vôo, uma pane no trem de pouso obrigou o Boeing da Aerolíneas Argetinas a retornar ao aeroporto de Ezeiza. Por mais de uma hora o avião ficou dando voltas sobre Buenos Aires para gastar combustível e tentar um pouso de barriga. Depois de quatro tentativas frustradas, o trem de pouso finalmente funcionou e a aterrissagem foi feita sem problemas.

Fonte

  • Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique - Caxias do Sul-RS: Editora Belas Letras Ltda., 2014. 405 p.