Ílton de Oliveira Chaves

De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube
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História

Ílton Chaves nasceu em Itinga, Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas, em 28 de março de 1937 e começou a jogar em Teófilo Otoni, onde o Atlético-MG foi buscá-lo em 1955.

Cinco anos depois, transferiu-se para o América-MG e chegou a centromédio titular da Seleção Mineira, campeã brasileira de 1963.

Encerrado o torneio nacional de seleções, ele transferiu-se para o América carioca. Em 1964, foi contratado por Felício Brandi pra formar com Brandãozinho, contratado ao Pedro Leopoldo e Fiapo, contratado ao Guarani, o meio campo.

Contusões e doenças graves se abateram sobre os três obrigando Aírton Moreira a efetivar um tripé Wilson Piazza /Dirceu Lopes / Tostão.

Ílton percebeu que estava nascendo uma trinca perfeita e nem pensou em concorrer com eles. Virou curinga.

Como reserva do meio campo e das duas laterais, continuou no elenco até 1969 quando, pelo caráter irretocável e a vasta experiência, tornou-se auxiliar-técnico de Gérson dos Santos.

Em 1970, depois de ter se preparado em algumas partidas como interino, foi promovido a técnico durante da Taça de Prata.

Voltou ao cargo em 1971 e ficou até 1975. Neste período, conquistou quatro campeonatos mineiros e promoveu os reservas Eduardo Amorim, Roberto Batata, Joãozinho e Palhinha I.

Nos 20 anos seguintes, passou por Santos, Náutico, Sport, Santa Cruz, Atlético-MG, América, Al Rayan (Qatar) e Guarani (Divinópolis), antes de se aposentar.

Em sua passagem pelo Cruzeiro, Ílton colecionou títulos e histórias.

Em 1967, atuando pelo time misto, que excursionou pelos Estados Unidos e México, viveu situação inédita na carreira.

Em Leon, na vitória de 1×0 sobre a Seleção Mexicana, foi expulso, mas seus companheiros pressionaram tanto o juiz que ele autorizou o volante a continuar jogando.

Ílton foi o treinador que mais vezes dirigiu o time celeste. Foram 389 jogos com 213 vitórias, 89 empates e 60 derrotas.

Ele esteve à frente do time em (70, 70/71, 72/75, 79/80, 83/84). Sua estreia foi num Cruzeiro 1×0 América, pela Taça Minas Gerais, em 24 de maio de 1970.

Ao todo como treinador efetivo, foi 4 vezes campeão mineiro (72, 73, 74, 75) e uma vez da Taça Minas Gerais (73).

Faleceu no dia 27 de maio de 2021 em Belo Horizonte[1][2][3].

Como treinador

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Ílton Chaves.jpg
Ílton Chaves
Números totais
Número de jogos 393 (Oficial: 316 / Amistoso: 77)
Vitórias 227
Empates 98
Derrotas 68
Gols pró 696 (média: 1.77 )
Gols contra 296 (média: 0.75 )
Aprov. em pontos 66,07%
Aprov. de vitórias 57,76%
Último jogo considerado
Cruzeiro Escudo Cruzeiro BH.png 1x3 Escudo Rio Branco-ES.png Rio Branco-ES - 04/02/1984
Substituiu Foi substituido por

Orlando Fantoni Gérson Santos
Gérson Santos Filpo Núñez
Filpo Núñez João Crispim
1972 Yustrich Zezé Moreira 1975
1975 Zezé Moreira Zezé Moreira 1976
1979 Barbatana Tim 1980
1983 Orlando Fantoni Osvaldo Brandão 1984

Como treinador, Ilton Chaves também passou pelos três clubes da capital mineira. Mas foi no Cruzeiro, que ele fez história, ao ser campeão estadual por quatro anos consecutivos. Com isso, ostenta até hoje a marca do treinador que mais vezes comandou a equipe estrelada.

- No Cruzeiro que eu comecei como treinador. Como técnico era muito novo, fui campeão mineiro em 72, 73, 74 e 75. Fiquei quatro anos sem sair do cargo, até hoje tenho 386 partidas dirigindo o Cruzeiro, ninguém chegou a tanto. A gente tinha uma turma muito bacana. Os jogadores prestavam atenção e atendiam a gente, né? Fui muito feliz porque peguei jogadores fantásticos. No decorrer dos anos fui técnico no Atlético-MG, no América-MG, no Villa Nova, Valério, Uberaba, Uberlândia, Tupi, Guarani, Santos, Santa Cruz, Sport, Náutico, Ceará, na Arábia Saudita e por aí afora. Também estive nas Seleções Mineira e Brasileira.

Ilton conta que foi ele quem descobriu o craque Nelinho, um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro, que estava jogando no Pará. Ele conta que alguns dirigentes da época, no entanto, implicaram com o jogador e não o queriam na Raposa.

- Eu que trouxe o Nelinho, foi Ilton Chaves, peguei lá em Belém. Falei, ‘vamos pegar esse cara e ver como está a situação (de contrato) dele. Aí trouxemos o Nelinho. Mas tinha dirigente que não queria ele por causa da roupa. Eu falava, ‘gente, que que tem a roupa dele, o cabelo dele? Ele é de descendência portuguesa, né? Vamos ver o futebol dele. Ele é um monstro, pra jogar é um monstro. Vocês são os donos do time, mas eu quero ele jogando’.

Fora do mundo do futebol, Ilton diz que a paixão pela bola continua alimentada através da TV e dos jornais. Para desapontamento da torcida, ele conta que hoje, ao contrário de sua época como jogador e técnico, alguns empecilhos o afastam dos estádios.

- Acompanho mais pela e TV, rádio e jornal. Agora, ir a campo eu não tenho ido, pela violência, pelos problemas que existem. Eu estou completando meus 74 anos em março, então você não pode ficar saindo à noite, indo pra Sete Lagoas.

Estatísticas ano a ano

Temporada Jogos Vitórias Empates Derrotas Aprov. Gols pró Gols contra Saldo Cartão Cartão amarelo recebido aos Cartão Cartão vermelho recebido aos
1970 36 21 9 6 66.67% 69 28 41 0 0
1971 46 30 11 5 73.19% 93 38 55 0 0
1972 44 21 13 10 57.58% 61 35 26 0 0
1973 90 52 24 14 66.67% 128 54 74 0 0
1974 67 41 18 8 70.15% 132 41 91 0 0
1975 41 27 5 9 69.92% 84 39 45 0 0
1979 17 9 5 3 62.75% 41 20 21 0 0
1980 46 23 13 10 59.42% 75 34 41 0 0
1983 3 3 0 0 100.00% 11 1 10 0 0
1984 3 0 0 3 0.00% 2 6 -4 0 0


Títulos

Como jogador

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Ílton Chaves
Icone-Jogador-Cruzeiro.png
Informações pessoais
Nome completo Ílton de Oliveira Chaves
Data de nasc. 28/03/1937 (83 anos)
Local de nasc.

Itinga

Falecido em 27/05/2021 †
Local da morte Belo Horizonte/MG
Posição Meia
Jogos 29 (Oficiais: 19 / Amistosos: 10)
Gols 0 (0 P, 0 F)
Elenco atual? Não
Resultados em campo
17 V - 5 E - 7 D
Primeiro jogo
Cruzeiro Escudo Cruzeiro BH.png 0x0 Escudo Democrata-SL.png Democrata-SL - 17/07/1965
Último jogo considerado
Botafogo Escudo Botafogo.png 1x1 Escudo Cruzeiro BH.png Cruzeiro - 27/08/1969

Ilton Chaves, natural de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é um daqueles casos raros que o futebol proporciona. O ex-jogador e ex-técnico fez carreira em vários clubes pelo Brasil, mas o mais marcante são suas passagens pelos três grandes de Minas Gerais: América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro. Ilton conseguiu a proeza de ser vitorioso nos dois times de maior rivalidade no estado. Foi ídolo tanto do lado alvinegro, como do lado celeste.

O fato de ter trabalhado dentro e fora de campo, com craques como Dirceu Lopes, Tostão, Piazza, Natal e Nelinho, podem explicar parte do sucesso. Em 1966, no Cruzeiro, Ilton fez parte do grupo campeão da Taça Brasil, validada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como título nacional, recentemente. Com carinho, o ex-jogador comemora o reconhecimento.

- É, eu acho importante isso, porque foi um time de expressão imensa na época. O Cruzeiro tinha um time fantástico, então foi muito justo. Ali era um grupo abençoado por Deus. Um grupo que tem Dirceu Lopes, Tostão, Piazza, era um grupo de jogadores sensacionais. (Tinha também) Hilton Oliveira, Natal, quer dizer, o Cruzeiro tinha jogadores fantásticos, com uma diretoria espetacular.

Ilton, que se refere àquele grupo como o da ‘fase de ouro’ do Cruzeiro, conta que conversava e dava conselhos aos companheiros de time. Para ele, a amizade feita naquele grupo permitia os ‘toques’ e também as brincadeiras entre os atletas.

- Quando eu vim do América-RJ para o Cruzeiro, o Piazza estava vindo do Renascença, e eu sou cinco anos mais velho que ele, eu era o titular, e dava muito conselho. Eu mesmo já perguntei pra ele: ‘Você é lateral ou volante? Você tem que ir pelo meio. Você é um jogador sensacional.’ E ele escutando tudo... A gente tinha esse relacionamento bom e queria que eles subissem na vida, né? Até mesmo o Dirceu Lopes, que era um cracaço, a gente conversava com ele. A união era muito grande, as brincadeiras existiam sempre, deve ser como hoje, né? Realmente tinha jogadores que eram muito marcados pelas brincadeiras, o Dirceu Lopes era um, todo mundo pegava ele pelo pé. Todo tipo de brincadeira aparecia, dar cascudo, tirar a roupa, a gente pintava o sete. Mas ninguém brigava, ninguém apelava. Era uma amizade muito boa e um respeito muito grande.

Números por ano

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    Temporada Jogos Titular Reserva Banco Gols Gol aos do Cartões Cartão amarelo recebido aos Cartões Cartão vermelho recebido aos
    1966 11 7 4 0 0 0 0
    1967 11 11 0 0 0 0 0
    1965 4 3 1 0 0 0 0
    1968 3 2 1 0 0 0 0

Confrontos como jogador adversário

Enfrentou o Cruzeiro 0 vezes: 0 V, 0 E, 0 D. Marcou 0 gols.

Jogos

Não há registro de jogos como adversário

Títulos

Fonte

  • Antigo Blog Páginas Heróicas Digitais
  • Globoesporte.com